quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Coincidências (A “Quadrilha” da realidade)

Lia era casada com Paulo Pereira Crispim que tinha uma amante ou duas. Lia se desesperou, bebeu além do costume de uma taça e saiu em disparada de choro na Expressa atingindo de morte Antônio de Lins que atravessava a avenida para se casar com Berenice de Jesus.
Do altar, Jesus foi levada para o pronto-socorro em transe ou choque e foi atendida por Rodolfo Nazareno em tempos de depressão com a desfeita da quase noiva e bela Fazia Ayana que, insatisfeita com as incertezas do amor e da fortuna, encontrava-se há tempo com o ex-seminarista e velha paixão Rubens Crespo.
Rubens não havia tratado de seu eterno problema de ejaculação precoce, mas tinha forças para um relacionamento tumultuado e equilíbrio para defender Lia da acusação de homicídio. Fazia ainda conhecerá Lia e poderá deixar Nazareno e Crespo no álbum da memória remota.
Pobre Rubens jamais resolverá sua moléstia, se bem descobrirá subterfúgios, línguas, solilóquios. Sortudo e soturno Rodolfo, como é de seu estilo, se casará com a japonesa Asuka em Pequim, e descobrirá um novo mundo que, no Oriente, se chama, em nome próprio, Azumi Manamiazu, sem notícia, contudo, sobre o seu aprendizado naquelas artes distantes e meio ocultas.
De Berê, pouco se sabe, além do salão-de-beleza, onde trabalhava e, de repente, não mais apareceu, duvida-se se por amor, partida ou profissão. Paulo. Crispim continua com as amantes que têm amantes, relações anônimas e emocionantes próprias dos esconderijos prazerosos, mas eternamente incompletas.
As histórias sem rimas são ovais como o mundo e todo mundo. São verdadeiras e sem retoques, não fosse pela troca dos nomes para evitar problemas de relacionamentos e processos. O clichê não é meu nem de Drummond, perdão ao poeta, mas da vida.

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