sábado, 23 de outubro de 2010

Troca de acusações eleitorais entre líderes religiosos pela internet

Deu na FSP, 22/10/2010

A guerra eleitoral entre partidários de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) se estendeu aos templos evangélicos. Edir Macedo, da Igreja Universal, que apoia a petista, e Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, aliado do tucano, trocam farpas na internet em defesa dos seus candidatos.

O bispo Macedo atacou primeiro, questionando o interesse do pastor da Assembleia de Deus ao apoiar Serra. No último sábado, em seu blog, o líder da Universal pôs em dúvida os argumentos de Malafaia para trocar Marina Silva (PV), a quem anunciou apoio no início da campanha, pelo tucano.

"Para justificar que não apoiaria a candidata Dilma, acusou o PT de ser a favor do aborto e apoiar o casamento de homossexuais. Pronto, o caminho estava aberto para, sabe-se lá com que interesse, apoiar o candidato Serra", afirmou, lembrando ainda da acusação de que Mônica Serra, esposa do tucano, teria feito um aborto.

"O que fez o pastor Malafaia mudar de lado? Ele vai continuar apoiando o Serra?", questionou Macedo. No contra-ataque, Malafaia pôs anteontem em seu site o link para um vídeo em que classifica Macedo de "mentiroso" e diz que ele foi "comprado pelo governo".

"Sua emissora [TV Record] recebe milhões do governo, você foi comprado para defender a Dilma. Sua emissora é chapa branca", disse. "Você tem gasto bilhões, dízimo e ofertas do povo de Deus, que você tem injetado na televisão para promover prostituição, adultério, homossexualismo, sensualidade, assassinato e roubo. Sua TV é um lixo moral."

Malafaia já havia feito críticas à Record, mas seu grupo mantinha boas relações com a Universal. Nas eleições, apoiou o senador reeleito Marcelo Crivella (PRB), sobrinho de Edir Macedo. Eleito deputado estadual, Samuel Malafaia (PR-RJ), irmão e braço direito de Silas na Assembleia de Deus, disse que o episódio torna insustentável a relação. "Não vejo como nossas igrejas caminharem juntas depois disso."

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