segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Lado B: A tese do MST

Todos viram ou leram as reportagens sobre a destruição de um laranjal da empresa Cutrale feita por integrantes do MST. Os âncoras televisivos e os editorais jornalísticos demonstravam indignação com o fato. Até o presidente Lula chamou o ato de vandalismo. Pois não forme ainda sua idéia. Leia a entrevista que João Pedro Stedile concedeu à Folha nesta segunda-feira, 12/10/2009, destaca em trechos a seguir:
O fato de a área ser grilada, confirmado pelo Incra, não é algo secundário. Esse é o fato. Um dos princípios que o MST respeita é a autonomia das famílias de nossa base. A distância, a população pode achar que derrubar pés de laranja foi uma atitude desnecessária. A direita, por meio do serviço de inteligência da PM, soube utilizar [as imagens] contra a reforma agrária, se articulando com emissoras de TV para usá-las insistentemente. Nunca essas emissoras denunciaram a grilagem nem a superexploração que a Cutrale impõe aos agricultores.
Os dados do censo [agropecuário] revelam que menos de 15 mil latifundiários são donos de mais de 98 milhões de hectares. A renda média dos assalariados do campo é menor que um salário mínimo. Diante disso, reafirmamos que é fundamental democratizar a propriedade da terra, como manda a Constituição, e mudar o modelo agrícola, para priorizar a produção de alimentos sadios para o mercado interno.
Bancos e empresas transnacionais controlam a agricultura. E, quando ocupamos uma terra para pressionar a aplicação da reforma agrária, enfrentamos todo esses interesses. O Brasil precisa de um projeto que combata as causas da desigualdade social e garanta o acesso a terra, educação, moradia e saúde a todos, e não apenas a uma minoria.
Quem tem razão?

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