terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A perda de mandato dos condenados no Mensalão


Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Por mais que fira a lógica, vulgar ou refinada, cabe à Câmara dos Deputados decretar a perda do mandato de seus membros. Ora, você dirá, como pode um deputado cumprir com suas obrigações funcionais ou até mesmo estar presente às sessões, se estiver preso? 

Concordo que parece um contrassenso ou um privilégio. Mas há um custo a ser pago para manutenção da separação dos poderes e a engenharia constitucional. E para proteção “normativa” da soberania popular. 

O desejo de vingança ou de paga pelo malfeito deve seguir os ritos institucionalizados. A pena não pode ser aplicada pela fúria da horda, cujos exemplos históricos mostraram bem no que deram. Nem sempre o nosso senso comum de reprimenda é o melhor guia nas coisas públicas (e nas nossas comichões privadas). E tudo está, até agora, cumprindo as regras constitucionais. 

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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Essa tal pós-modernidade


“Sapias, vina liques et spatio brevi spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida aetas: carpe diem quam minimum credula postero.” (Horácio)


Pós-modernidade é uma palavra difícil de soletrar, complicada de entender e mais terrível ainda de nela viver. Se reinam a dúvida e a insegurança em seu mundo, se os fundamentos do que é certo ou errado se embaralharam, se os sentimentos se tornaram confusos ou imprevisíveis, se o amor e o ódio viraram produtos de prateleiras online, assim como as receitas de felicidade, é provável que você esteja a respirar a atmosfera pós-moderna. Parabéns. Ou meus sinceros pêsames.

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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A vindita humana e a vinheta genética


If you prick us do we not bleed? If you tickle us do we not laugh? If you poison us do we not die? And if you wrong us shall we not revenge? (Shakespeare. The Merchant of Venice)


É curiosa nossa reação diante da desgraça de um bandido, de um corrupto, de um pária. Nossa satisfação é às vezes tão explícita que nos pegamos sorrindo diante da cena ou da simples leitura do fato. Pode ser que o prazer decorra da restauração da justiça, do reparo do erro. Pode ser, no entanto, que ele se nutra do sentimento de vingança que trazemos guardado no lado mais cru e primitivo da alma.

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