Ah a estupidez humana. Como pode um povo com história de opressão e preconceito ser protagonista de opressão e preconceito? A dor não ensina, parece que só instiga a vingança. Qual o direito que tem Israel de interceptar barcos em águas internacionais, impedindo ajuda humanitária à população sitiada de Gaza? Nesta segunda, 31/5, a "Frota da Liberdade" foi abordada na madrugada por soldados israelenses.
Eram Golias bem armados contra um bando de Davis que recorriam a estilingues e paus, pedaços da escotilha e de esperança para se defenderem de uma abordagem absurdamente ilegal. Diz-se que estavam escondidos no seu interior terroristas e armas. Sabe-se, entretanto, que a ONU inspecionou os navios antes de partirem rumo a Gaza e os soldados de Israel, depois da prenderem os ativistas, não encontraram sequer um bacamarte. Apenas Simãos. De saldo, ficaram pelo menos dez mortos no barco almirante "Mavi Marmara". Não valeram de nada, tampouco os protestos em todos os cantos do mundo. O navio "Rachel Corrie", nome que homenageia a ativista norte-americana, do Movimento Internacional de Solidariedade, esmagada pelas escavadeiras das Forças de Defesa de israel que demoliram barracos palestinos em 2009, foi obrigado a desviar sua rota e atracar no porto israelense de Ashdod.
Israel virou xerife do mar mediterrâneo e senhor do destino de outros povos. A política do Obaobama se perde nas esperanças de uns USA diferentes, mais fraternos, menos belicosos. Não há isolacionismo, mas conivência. Israel tem todo direito de evitar que imbecis sectários banhem de sangue suas ruas e campos, mas não pode adotar a política de guerra preventiva e deixar, no mínimo, dois terços dos habitantes de Gaza na miséria e na desgraça. Sem remédio, sem escolas, com alimentos escassos e quase nada por esperar. Nem tem a procuração da comunidade internacional para impor sanções multilaterais.
Impedir que outras nações ou a sociedade internacional cheguem ao território de Gaza é ato abusivo e intolerável, ainda mais quando se destinam a fornecer ajuda humanitária. A passividade das Nações Unidas me faz lembrar das antigas leituras de História que contavam o precipício a que a política de impotência da Liga das Nações levou. A violência não faz mais do que gerar violências adicionais, iniquidades, injustiças e dor. Muita dor. Ah essa humanidade estúpida!
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