É Lady Macbeth, que fala para o marido: “teu rosto meu barão, é um livro em que os homens podem ler estranhas coisas...”. O marido é Macbeth, personagem de Shakespeare, um barão medieval que três bruxas prognosticam com futuro rei da Escócia! Macbeth é picado pela serpente da ambição e junto com a esposa mata o gentil rei Duncan, toma posse do trono e torna-se um tirano destruindo a paz de seu reino e de seus súditos. As Bruxas já tinham predito que ele, “viverá como um maldito” já que vendeu sua alma para elas. Macbeth não está satisfeito já que as bruxas disseram que ele não geraria herdeiros, daí sai destruindo tudo ao seu redor.
Torna-se um perverso, um sujeito que: “as múltiplas vilanias da natureza enxameam nele”. Um de seus primeiros alvos é Banquo, que as bruxas apontaram como futuro pai de reis. Macbeth manda assassinar Banquo, mas seu filho, Fleance consegue escapar. A fuga de Fleance não permite que Macbeth descanse.Um dos assassinos já tinha dito: “sou um homem, meu suserano, a quem os golpes vis e os maus tratos do mundo exasperaram tanto que estou disposto a tudo para ofendê-lo”. Na realidade o assassino está retratando o espírito do tirano. Seus desatinos continuam, e os filhos de Duncam começam a juntar forças para tirá-lo do trono. Para piorar, sua esposa enlouquece e comete suicídio. Com o controle da situação fugindo dele, pronuncia frases que nos inspiram pavor: “De tal modo estou mergulhado no sangue”. ”Saciai-me de horrores! A desolação, familiar a meus pensamentos de morte, já não produz em mim qualquer emoção...”.
Uma batalha se aproxima, os nobres partem para expulsá-lo do trono. Durante a luta, ele achando-se invencível por estar protegido por bruxarias, encara o velho guerreiro Siward, que ao ouvir o nome Macbeth, proclama: “nem o próprio demônio poderia pronunciar um nome mais odioso aos meus ouvidos”. Mas, Macbeth se declara um “homem ousado que tem coragem para olhar na cara o que poderia fazer para empalidecer o demônio”. A líder das bruxas vendo que seu império do mal está desmoronando, prognostica mais uma vez: “ele desprezará o destino, desafiará a morte e terá esperanças acima da sabedoria, da piedade e do temor”. É uma tragédia de horrores, essa de Shakespeare: bruxaria, assassinato, suicídio, tirania, demônio e etc. É muita imaginação do Bardo inglês. Isso existe na vida real? Eu pergunto a todos vocês, vistes os olhos de Collor de Mello – sentado em sua poltrona no senado - quando agredia o senador Pedro Simon? O sujeito bufava, não piscava os olhos, parecia drogado ou mesmo tomado por um espírito maligno. Algum tipo de droga o dominava. Comportava-se como um alucinado que perdeu sua alma. Igual a Macbeth quando retorna da caverna das três harpias.
Lembremo-nos de seu governo e de toda a tragédia que aconteceu depois! Incluindo mesmo magia negra. Pedro Simon confessou-se apavorado com aquele olhar. Um olhar que o Brasil conheceu e que tantos e abomináveis sofrimentos lhe trouxe. Um consolo nos resta. Quando Macbeth matou Duncan, uma voz do além disse para ele: “Nunca mais dormirás! Macbeth assassinou o sono”. A cara de Collor de Mello é de quem nunca mais dormiu! Collor assassinou o sono! Isso nos conforta!
Postado por Theófilo Silva, presidente da Sociedade Shakespeare de Brasília e colaborador da Rádio do Moreno.
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