“É melhor ser amado que temido ou temido que amado? Responde-se que deveria o ser um e outro; mas, como é difícil reuni-los, é muito mais seguro ser temido do que amado, se faltar um dos dois. Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho; e, enquanto lhes fizeres bem, são todos teus, oferecem-te o próprio sangue, os bens, a vida, os filhos, desde que, como se disse acima, a necessidade esteja longe de ti; quando esta se avizinha, porém, voltam-te as costas. (...). Os homens têm menos escrúpulo em ofender a alguém que se faça amar do que a quem se faça temer, pois a amizade é mantida por um vínculo de obrigação que, por serem os homens maus, é quebrado em cada oportunidade que a eles convenha; mas o temor é mantido pelo receio de castigo que jamais se abandona.”
Nicolau Maquiavel. Il Principe. Itália, 1814, cap. XVII (De crudelitate et pietate; et an sit melius amari quam timeri, vel e contra), p. 46-47
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