segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Sobre Livros e Leitura
domingo, 30 de agosto de 2009
Sigilo Bancário: OCDE e a luta contra a evasão fiscal
Sigilo bancário: A Suíça começa a ceder. Mas até onde?
sábado, 29 de agosto de 2009
Dica. Justice Kennedy: O juiz supermédio
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Direito à intimidade (EUA): Drogas e laptops
Palocci vence caseiro no Supremo (FSP)
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Reportagens Provocantes: Suspeita de compra de votos para aprovar a re-reeleição na Colômbia
Gallup: Advogados não convencem norte-americanos
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Dica - Carl Schmitt. Hamlet or Hecuba: The Intrusion of the Time into the Play
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Liberação do uso de drogas
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
A escravidão de nossos dias
domingo, 23 de agosto de 2009
A ética e as utopias
sábado, 22 de agosto de 2009
Reportagens provocantes: Taleban corta os dedos de eleitores
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Reportagens insinuantes: EM - PT Sangra para Salvar Sarney
domingo, 16 de agosto de 2009
Reportagens provocantes: Lei permite privação de comida a mulher por falta de sexo no Afeganistão
Filme: Kurt Cobain - Retrato de uma Ausência
sábado, 15 de agosto de 2009
Pensamentos obtusos: A morte segundo Twain
Reportagens insinuantes: FSP - Representante de Offshore abasteceu Fundação Sarney
Marina e o Rei Lear
O direito a uma morte doce.
Pois bem, na esteira desse precedente britânico, a Suprema Corte do Estado da Austrália Ocidental decidiu, em 14/8/2009, que os responsáveis pelo asilo, onde Christian Rossiter vive, poderão parar de alimentá-lo, não sendo, por isso, acusados de homicídio ou de auxílio ao suicídio. De acordo com a legislação em vigor, os pacientes podem recusar um tratamento que seja indispensável à vida, mas quem ajudar de algum modo o suicida a consumar o ato responde por crime punido com pena privativa de liberdade.
O presidente da Corte considerou que o caso não era propriamente de eutanásia: "Nem é sobre tratamentos médicos letais prescritos a pacientes que desejam morrer. Nem é sobre o direito de viver ou mesmo o direito de morrer. Nem foi chamada a corte para determinar o melhor curso da ação [médica] em função dos interesses do paciente. A única questão que se apresenta para decisão neste caso concerne à obrigação legal, sob o direito da Austrália Ocidental, de um provedor de serviços médicos, que assumiu a responsabilidade de cuidar de um paciente mentalmente capaz, diante da afirmação clara e inequívoca deste paciente de não querer mais receber os serviços médicos que, se interrompidos, causarão a ele inevitavelmente o óbito."
Rossiter é tetraplégico e havia feito o pedido de abreviação da morte por não poder realizar as "funções humanas mais elementares". Não pode, por exemplo, enxugar as lágrimas do próprio rosto, choradas pelo desespero de sua condição e pela dor de não mover a realidade um ínfimo centímetro na direção de seus sonhos e necessidades. Sua mente é tão lúcida e brilhante que o fundador da Exit International, organização de defesa da eutanásia voluntária, chegou a dizer: "Eu não sei se muitas pessoas desejarão morrer se estiverem nessas condições. Mas, para as pessoas que o quiserem, é uma decisão muito importante [a ser respeitada]".
Além de andar numa cadeira de rodas e respirar por meio de um tubo traqueostômico, são os enfermeiros quem o alimenta e hidrata por meio de outro tubo ligado ao estômago. Em entrevistas que concedeu à imprensa local, disse-se um alpinista e aventureiro aprisionado num corpo inútil, a morte não o amedronta, só o desespero e a dor que ora sente.
A Corte, embora não falasse expressamente na proteção à "morte digna", fez menção ao direito que tem o cidadão australiano a recusar conscientemente um tratamento médico, ainda que indispensável à sobrevivência, bem como o respeito à autonomia ou autodeterminação, inclusive nos domínios da própria vida.
O último desejo de Christian é, agora, receber analgésicos e ver televisão em paz antes do dormir: "I'm happy that I won my right to die" [Estou feliz por ter conseguido meu direito de morrer].