Ao ler Debra Friedman (Towards a structure of indifference: the social origins of maternal custody, p. vi), encontrei uma citação que estava perdida no museu da memória. Trata-se de uma passagem de Elie Wiesel, sobrevivente de Auschwitz e ganhador do prêmio Nobel de literatura, que apareceu no "U.S. News & World Report", de 27/10/1986. Ei-la:
O oposto do amor não é o ódio, é a indiferença. O oposto da arte não é o mau gosto, é a indiferença. O oposto da fé não é a heresia, é a indiferença. E o oposto da vida não é a morte, é a indiferença. Porque de indiferença as pessoas morrem antes de efetivamente morrerem.
E matam sem perceberem, completo.
3 comentários:
É, ontem vi um pedinte sentado no meio-fio da rua com a cabeça entre as pernas, vomitando. Sujo, imundo, vomitava. Vomitava: vomitava muito; quase como se derramasse um litro de água. Nogento.
Então, me dei conta que chorava. Com os vidros fechados do carro, não escutava nada, mas via o choro. A cena silenciosa soava mais do que qualquer som: choro, sofrimento, dor. Pensei: deve ter comido algo do lixo, estragado. Depois pensei que deveria estar tendo uma crise de enjoo por causa do HIV. Depois pensei em uma ou mais outras coisas. Pensei também sobre: o que fazer? Um ser sofrendo tanto, poderia se atirar em cima de mim se eu me aproximasse, como um animal, ou, simplesmente, me tocar. Chamar quem?
O sinal abriu e por um minuto me encontrei imobilizado diante de tanto sofrimento. Era um homem de uns 28 anos, brasileiro: na flor da idade.
Ma-ra-vi-lho-so! A indiferença é mesmo uma forma terrível de crueldade. Amor e ódio se complementam = amódio. Quem ama, odeia. Quem odeia, ama. Odeia pq ama. Ama qdo pensa que odeia. Odeia odeia odeia pq ama ama ama. São as facetas do afeto. Realmente, a indiferença sobra. Fica fora das amarras das garras das cores das delícias das dores do afeto. In-diferente. Desinteressado. Pelo quê? Pela diferença. Pelo que está fora do lugar. Pelo "desvio padrão"... E pq o "sujeito" indiferente morre em vida? Pq uma pessoa interessante interessa? Não seria por ela ser interessada? O "sujeito" indiferente é desafetado.Alguém que não tem calor pelos sabores saberes da vida...Desinteressante. Sem vida. Sem gosto pela vida.
Genial!!!
Nada pior que a indiferença.
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